Meditações Diarias

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DEUS E OS DEUSES

Domingo, 9 de março

 


 

Em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino. Daniel 1:20


O livro de Daniel apresenta um claro conflito entre Deus e os deuses, entre a verdadeira e a falsa adoração. Nos versos iniciais do livro, Jerusalém e Babilônia aparecem em confronto. Esse é um tipo de polarização que ocorrerá no tempo do fim. O livro indica que a vitória pontual de Babilônia acontece apenas por permissão divina: "O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá" (v. 2). Nabucodonosor é apenas um instrumento do juízo divino contra Israel. Mero contraponto de uma história muito mais ampla.


Em meio às complexas linhas dos eventos, mesmo diante da vitória de Babilônia e do fato de os utensílios sagrados do templo divino terminarem dessacralizados num templo pagão, Deus continua no controle. Daniel e seus amigos são representantes do triunfo divino. Levados a Babilônia, eles não se deixam seduzir pelo inimigo. Os esforços para "aculturá-los" são inúteis. Eles "resolveram firmemente" resistir aos assédios babilônicos. Em um teste posterior, em "inteligência e sabedoria", são dez vezes mais bem-sucedidos que todos os magos e encantadores do reino. Surpreendentemente, no capítulo 2, diante de seu sonho enigmático, Nabucodonosor, que já constatara a superioridade dos hebreus, convoca primeiro os "magos, encantadores e feiticeiros" de seu reino (Dn 2:2). Por quê? A rebelião humana se opõe a Deus mesmo diante das maiores evidências.


Outro aspecto curioso é que Babilônia e o sonho de seu rei tinham um antecedente histórico. Faraó, no antigo Egito, também tivera um sonho (Gn 41:1). Ele também havia confiado em seus "magos e sábios" (v. 8) para que o mistério fosse desvendado. Nos dois casos, contudo, os recursos humanos em oposição a Deus foram envergonhados, demonstrando sua impotência patética. Nos dois casos, os deuses falsos não podiam explicar nada. Os representantes da sabedoria do homem tiveram sua oportunidade, mas tudo que puderam demonstrar foi tolice e incapacidade. O Altíssimo não apenas vê o futuro, mas controla a história. Tanto José (Gn 41:16) quanto Daniel (Dn 2:28) apontam para Deus como o único que pode revelar o desconhecido. Afinal, constatamos o triunfo de Deus a despeito das aparências adversas. A vitória pertence ao Senhor.


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NA CONTRAMÃO...

Segunda, 10 de março

 


 

Responderam eles: Jamais alguém falou como este homem. João 7:46


O livro Jesus para Presidente, de Roland Merullo, escrito de uma perspectiva não religiosa, apresenta a extraordinária ficção de Jesus Cristo como candidato à presidência dos Estados Unidos. O surpreendente nessa "candidatura" são os métodos políticos de Cristo, se é que os podemos chamar de "políticos". Sua simplicidade, sinceridade e desconcertante transparência são radicalmente diferentes de tudo aquilo que conhecemos dos políticos profissionais e de sua forma de comportamento. De uma maneira divertida, irreverente e às vezes emocionante, o livro inicia com os tipos que Jesus escolhe para Seu comitê: um jornalista cético, a família disfuncional, a namorada secular, o chefe materialista. São as pessoas menos prováveis, mas que afinal se tornam inteiramente comprometidas com Jesus.


De certa forma, o livro reflete o Cristo que encontramos nas narrativas dos evangelhos. Reflete Sua desconsideração sistemática por aquelas coisas que usualmente consideramos tão importantes e Sua rejeição dos símbolos exteriores do poder: dinheiro, posição, aparência, sofisticação e grifes, entre outras coisas. Jesus nunca "dourou a pílula" para persuadir alguém a aceitá-Lo e segui-Lo. Ao contrário, até parece que Ele colocava empecilhos ao discipulado. "Quem quiser ser Meu discípulo tome sua cruz e siga-Me", 
Ele disse. "Aquele que não abandonar pai, mãe e irmãos não pode ser Meu discípulo", também afirmou.


Seus ensinos e Sua ética são verdadeiros paradoxos para nós. Que rei se sacrificaria por seu povo? Reis e governantes costumam ser dominados pela sedução do poder. Por isso, muitas vezes sacrificam seus súditos. Que tipo de rei lavaria os pés de seus servos como fez Jesus? Que governante livremente se associaria com os mais humildes membros da sociedade? Há pessoas em posição de poder secular e também religioso que mantêm a "mística da liderança", traduzida por distância e afastamento.


Qualquer um que conversasse com Jesus sairia grandemente intrigado. A pessoa ficaria consideravelmente perturbada por Sua lógica desafiadora e em razão de Sua perspectiva das coisas. Não é por acaso que Jesus exerce sobre milhões de pessoas como você e eu um extraordinário fascínio. Isso porque, no fundo, somos impressionados pela sinceridade, pureza, honestidade, transparência, integridade e coerência acima de qualquer interesse e vantagens pessoais.


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SOB TUA PALAVRA

Terça, 11 de março

 


 

Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. Respondeu-Lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a Tua palavra lançarei as redes. Lucas 5:4, 5


Jesus pregou de muitos púlpitos. No lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galileia, Seu púlpito foi um barco. Os pescadores haviam retornado da noite extenuante de mãos vazias e lavavam as redes. "Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-Se, ensinava do barco as multidões" (v. 3). Agostinho observa que essa é a primeira ocasião em que o "pescador" está na água, e os "peixes" em terra.


O foco da narrativa do chamado dos discípulos em Lucas é diferente da descrição de Mateus (4:18-11) e Marcos (1:16-20). É provável que pelo menos sete dos discípulos fossem pescadores (Jo 21:1-3). Jesus já os conhecia e era conhecido deles. Haviam viajado juntos de Cafarnaum para a Galileia (Mc 1:21-39). Tinham estado juntos no milagre de Caná (Jo 2:1). Provavelmente eles seguissem Jesus em "tempo parcial" entre uma pescaria e outra. Agora eles estão diante do chamado para o serviço de "tempo integral".


Em breve, serão desafiados a se tornar "pescadores de homens" (v. 10). Há, porém, uma lição fundamental que devem aprender de início. Jesus ordena a Pedro que navegue para águas profundas e lance a rede. A reação de Pedro é a palavra do especialista, do pescador experimentado, diante da ordem de um carpinteiro: pesca de rede não se realiza de dia e em alto-mar, quando os peixes estão escondidos da luz, nas águas claras da Galileia. Pedro deve ter visto o contrassenso do pedido. Absurdo? Ridículo? Ele simplesmente agiu: "Sob a Tua palavra lançarei a rede."


Provavelmente você já tenha ouvido ordens divinas em diferentes áreas da vida: nos negócios, no casamento, nos estudos, nos relacionamentos ou nas diversões. Talvez tenha ficado oscilando entre as "evidências" e a obediência. O que Deus pede, às vezes, pode parecer contrário à experiência, à prática e à inclinação. Contudo, Ele está acima de nossas fracas percepções, conhecimento e senso comum. Apenas quando Lhe obedecemos, mesmo contrariando a "lógica", podemos experimentar o sucesso. Veja a conclusão do relato (v. 6, 7): "apanharam grande quantidade de peixes", "rompiam-se-lhes as redes", encheram dois barcos "a ponto de quase irem a pique".


 

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TOMÉ, O PESSIMISTA – I

Quarta, 12 de março

 


 

Então Tomé, chamado Dídimo, disse aos condiscípulos. Vamos também nós para morrermos com Ele. João 11:16


Ao contrário de Pedro, que sempre ocupa o primeiro lugar nas listas dos apóstolos, Tomé aparece no grupo liderado por Filipe. Em duas listas, ele é o último relacionado (Mc 3:16-19; Lc 6:14-16). Ou então é referido em lugares secundários (Mt 10:2-4; At 1:13).

Aparentemente, ele manifestava uma personalidade negativa, tendendo à melancolia, talvez mais vítima do pessimismo do que da dúvida. No Evangelho de João, Tomé também é chamado Dídimo (Jo 11:16), palavra aramaica para "gêmeo". Provavelmente ele tivesse um irmão (ou irmã) gêmeo, mas isso não é indicado nas Escrituras.


Mateus, Marcos e Lucas não apresentam detalhes sobre ele. O pouco que sabemos de Tomé vem do Evangelho de João. Parece que ele costumava estar sempre na esquina escura da vida. Alguém que tendia a antecipar o pior. Apesar disso, com aquilo que é dito sobre ele em João surge um perfil admirável. O texto de hoje o descreve no clima da enfermidade e morte de Lázaro. Maria e Marta enviam um mensageiro para comunicar a tragédia a Jesus. Observe o contraponto: antes de Jesus deixar Jerusalém, indo para a região além do Jordão, os judeus haviam tentado apedrejá-Lo (Jo 10:31). Quando os discípulos percebem que Jesus planeja voltar, relembram o perigo: "Ainda agora os judeus procuravam apedrejar-Te, e voltas para lá?" (Jo 11:8).


Mas Seus amigos em Betânia, a 3 quilômetros de Jerusalém, estavam numa emergência. Nada impediria que Ele fosse em socorro deles. É aqui que se abre perante nós um impressionante traço do caráter de Tomé. Seu espírito de liderança e sua coragem tornam-se evidentes. Tomé eleva-se acima do medo do grupo e diz com firmeza: "Vamos também nós para morrer com Ele." Pessimismo?

Certamente. Um otimista teria dito: "Vamos lá, vai dar tudo certo!" Tomé não vê outra coisa senão desastre à frente. Mas, se o Senhor vai morrer, ele diz: "Vamos juntos para morrer com Ele." Temos que admirar sua determinação. Tomé tinha a coragem para ser leal face ao perigo. Para otimistas, a coragem é sempre mais fácil.


O quadro me emociona. Tomé, em sua devoção a Cristo, não tem plano "B". Ele não podia imaginar a vida sem Cristo. Seu compromisso é incondicional. "Se Ele vai morrer, é melhor morrer com Ele do que ficar para trás", pensava Tomé. Este é um exemplo de coragem e zelo que desafia indecisos discípulos modernos.

 

 

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TOMÉ, O PESSIMISTA – II

Quinta, 13 de março

 


 

Mas ele respondeu: Se eu não vir nas Suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no Seu lado, de modo algum acreditarei. João 20:25


Em seu amor e devoção por Cristo, Tomé, como tantos discípulos ao longo da história, é quase anônimo, preso pelas circunstâncias que envolvem sua personalidade tímida. Sua dedicação, por isso, é pouco vista, exceto em situações críticas, quando seu "eu real" é revelado. No capítulo 14 do Evangelho de João, nos deparamos novamente com seu pessimismo crônico. Jesus está de partida para a casa do Pai, mas anuncia que voltará. O caminho para Ele, contudo, é conhecido pelos Seus (v. 4). A reação de Tomé é quase infantil: "Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho?" (v. 5). Essencialmente, Tomé está dizendo: "Nós nunca chegaremos lá. Melhor seria que tivéssemos morrido antes; assim, não O veríamos partir. Agora, como vamos encontrá-Lo?" Tomé estava preparado para morrer com Cristo, mas não para viver sem Ele.


Um pouco depois, seus piores receios se realizaram. Jesus fora crucificado! Ressuscitado, Ele aparece aos apóstolos, devastados pela tragédia. Jesus vem a eles através de portas fechadas, como Ele vem a nós muitas vezes. Mas Tomé "não estava com eles" (Jo 20:24). Onde estaria? Tão pessimista, deprimido e melancólico, provavelmente estivesse arrasado, amargando sozinho sua miséria. Quando finalmente ele aparece, os outros tentam consolá-lo: "Vimos o Senhor." É por causa de sua reação que Tomé recebeu a alcunha de "incrédulo". Mas não sejamos tão severos com ele. Os outros também, de início, duvidaram da ressurreição (Mc 16:10-14). Oito dias depois, Jesus reaparece ao grupo. Nesse momento, dirige-Se a Tomé em suave repreensão: "Vê as Minhas mãos" (Jo 20:27).


Jesus sabia que Tomé era assim por natureza. Ele não ignora que Seu discípulo ainda estava paralisado pela dor, solidão, depressão e tristeza. Entretanto, Ele conhecia a sinceridade de sua devoção. Jesus também sabe de nossas fraquezas, incertezas e dúvidas. Ele é paciente com os pessimistas. Tomé se lança a Seus pés e pronuncia um belíssimo tributo: "Senhor meu e Deus meu!" (v. 28). Segundo a tradição, Tomé foi missionário na Índia, onde morreu transpassado por uma espada. Livrou-se afinal de seu pessimismo? Talvez. Mas issonão importa. Jesus não deixou de amá-lo e o aceitou como ele era. Isso é graça!

 

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POR EXPERIÊNCIA PESSOAL

Sexta, 14 de março

 


 

O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros. 1 João 1:3


No início de 1999, quando eu era pastor da Igreja Adventista Portuguesa de Toronto, tive a triste oportunidade de assistir ao funeral de Pedro A. Mitchell, 29 anos, filho do pastor C. Mitchell, que liderava uma igreja adventista no centro de Toronto, não muito longe de minha igreja. O sermão fúnebre foi pronunciado pelo pastor V. Kerr, então oficial do Departamento da Escola Sabatina na Associação de Ontário. Era impossível não perceber a emoção de Kerr. Também era notório o tom de autoridade de sua mensagem. Qual era o segredo? O pastor Kerr, poucos meses antes, havia perdido o próprio filho, Ben, assassinado por policiais norte-americanos. Por puro preconceito de cor, numa perseguição absurda de automóvel, a polícia matou o rapaz, que ia para o Oakwood Adventist College a fim de estudar teologia.


A aplicação é muito simples: a autoridade do que comunicamos como cristãos será sempre proporcional ao conhecimento pessoal e à experiência de primeira mão daquilo que queremos comunicar. É precisamente por isso que Jesus Cristo nos chamou para sermos Suas testemunhas, como enfatizado em Atos 1:8: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da Terra." A testemunha fala daquilo que presenciou, viu ou ouviu. Em outras palavras, Cristo não precisa primariamente de defesa ou de serviços de advocacia, mas do testemunho daqueles que O conhecem de maneira íntima, pessoal e experiencial. Do contrário estaremos apenas falando de uma teoria abstrata, pálida, sem poder, autoridade ou credencial.


É como na conhecida história dos dois sujeitos que recitaram o salmo 23, com diferentes resultados. Um impressiona pela arte da interpretação, o outro leva às lágrimas e à reflexão pela emoção da voz. Qual a diferença? Um conhecia o salmo do Pastor, o outro conhecia o Pastor do salmo!

 

 

 

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VÊ AS MINHAS MÃOS

Sábado, 15 de março

 


 

E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as Minhas mãos. João 20:27


Do ponto de vista estrutural, as mãos representam os mais intrincados componentes físicos. Em nenhuma outra parte do corpo há tantos itens reunidos em espaço tão pequeno. As duas mãos somam um total de 54 ossos, representando mais de um quarto dos ossos do corpo. A rede de nervos para detectar calor, tato e a dor é das mais complexas. São centenas de terminais nervosos por centímetro quadrado, a maioria concentrada nas pontas dos dedos. A sensibilidade ali é extraordinária.


Muitas mãos deixaram suas digitais nas páginas das Escrituras. Há mais de 1.400 citações sobre as mãos na Bíblia, além de muitos outros textos que se referem a elas. Curiosamente a Bíblia fala mais sobre as mãos do que sobre o coração. No início da narrativa bíblica, as mãos de Adão e Eva nos expulsaram do Éden, registrando a introdução da grande tragédia humana. As mãos de Caim marcaram de sangue as origens da raça. As mãos de Noé e Abraão deixaram um testemunho de fé e obediência. As mãos covardes de Balaão se ergueram para espancar um animal indefeso. As mãos de Daniel são símbolo de coragem não conformista. As mãos gananciosas de Judas se estenderam para receber o preço da traição. As suaves mãos da pecadora anônima ungiram Jesus para a sepultura. As mãos de Pilatos foram lavadas de modo covarde e omisso.


A passagem de hoje representa o convite de Cristo ao vacilante discípulo: "Vê as Minhas mãos." O que vemos nelas? Serviço, como na comovente cena do lava-pés. Mãos caridosas, que tocaram os intocáveis, cegos, aleijados, leprosos, tratando-os como príncipes. Mãos poderosas, levantadas para repreender os ventos e as águas. Mãos incansáveis em toques de cura, perdão, restauração. Uma das cenas mais tocantes do evangelho aparece quando Jesus toma a orelha de Malco, que fora prendê-Lo, e a restaura. Como você acha que aquele homem se sentiu depois?


As mãos de Cristo foram, sobretudo, mãos sofredoras, rasgadas pelos cravos. Dilaceradas quando O levantaram na cruz. As mãos do Senhor contam a história do maior amor do Universo. Mãos infalíveis! Nas palavras de um velho hino, nelas Ele escreveu seu nome. Nelas podemos deixar nossa oração, nossos caminhos e descaminhos, nossos pecados, nossas depressões, traumas e incertezas. Então toda nossa história estará nas mãos certas.